25 fevereiro 2011

Concurso:Protege o teu Cérebro


O IBMC.INEB, a Ciência Viva e a ESAD (Escola Superior de Artes e Design – Matosinhos) estão a organizar um concurso com o nome de "Protege o teu Cérebro".


O objectivo do concurso é decorar um capacete, feito à mão ou comprado, usando como inspiração o cérebro e tudo aquilo de que é preciso protege-lo.

O desafio é: Decora um capacete feito ou não por ti, inventa um slogan e descreve o teu projecto de acordo com o tema Protege o teu cérebro.

O concurso está aberto a todos os estudante do 9º ao 12º ano. Tudo o que é preciso fazer é formar uma equipa de 2 alunos e um professor (para acompanhamento) e inscrever-se no website: http://www.ibmc.up.pt/cerebro


Associando o tema “Pintar o cérebro”, mote da Semana do Cérebro (14 e 20 de Março), à protecção do cérebro adolescente, a organização propõe este concurso onde é usado um capacete como objecto de protecção da cabeça e, simultaneamente, do cérebro.



A natureza frágil do cérebro é protegida por uma resistente caixa craniana e por uma barreira biológica, contudo cada indivíduo pode reforçar essa protecção. Proteger o cérebro passa por assumir comportamentos defensivos em múltiplos contextos, como por exemplo: na segurança rodoviária, no abuso de álcool e outras drogas, na correcta utilização das capacidades intelectuais, nas interacções sociais, na estabilidade emocional, nos padrões de sono adequados, no uso excessivo de telemóveis, na avaliação de riscos, etc.

Pode ser utilizado um capacete de qualquer tipo: de motociclismo, de protecção individual – construção civil, de bombeiro, de ciclismo, skate, etc., ou pode ser construído um capacete utilizando variados materiais como: pasta de papel, ligadura de gesso, esponja, esferovite, etc.

A imaginação não tem limites!

23 agosto 2010

special-k

Numa notícia recentemente publicada no jornal Público fala-se do estudo do special-k como anti-depressivo.

MAS O QUE É O SPECIAL-K?

Vendido nas ruas como special-k pelos efeitos alucinogénico, este pó-branco é conhecido da ciência como ketamine.

A ketamina foi produzida em 1965 pelos laboratórios Parke & Davis como um anestésico para uso humano (cirurgias) e, principalmente, veterinário. Foi utilizada no Vietnam para diminuir a dor dos feridos. Começou a ser usada para fins recreativos nos anos 70, muito associado à cultura Gay, sendo depois integrada nos contextos de festas rave.




A ketamina encontra sob a forma de pó branco, líquido ou tablete e pode ser consumida por via oral, inalada ou injectada.
A special K, como é chamada pelos seus consumidores, é uma droga de prescrição médica que parece deprimir selectivamente a função normal de associação do córtex e tálamo, aumentando a actividade do sistema límbico e produzindo um efeito analgésico e amnésico.

Efeitos
Os efeitos da Ketamina duram cerca de uma hora e podem produzir sensações de não pertença ao corpo, entorpecimento, alucinações, visão em túnel, dificuldade em controlar movimentos e sentimentos, distorção da noção de tempo e de identidade, sensação de distorção do corpo, experiência próxima da morte (a sensação de caminhar num túnel em direcção a uma luz brilhante), sensação de sufocar, amnésia ou delírio. Podem ainda ocorrer vómitos, náusea, diarreia, baixa de temperatura, deterioração da função motora, coma e problemas respiratórios potencialmente mortais.



Riscos
A ketamina pode provocar problemas físicos e mentais profundos, incluindo delírio, amnésia, deterioração da função motora e problemas respiratórios potencialmente mortais. Esta droga não deve ser misturada com álcool e por vezes é vendida como ecstasy.


Agora um estudo foi publicado na revista científica Science sobre o estudo desta droga no tratamento de depressão.
Através de experiências em roedores, os investigadores compreenderam que este composto activa uma via celular nos neurónios do córtex pré-frontal. Região afectada na depressão e no stress crónico.

A Ketamina entra numa via celular que acaba por activar uma molécula responsável pela produção de proteínas que estimulam as novas sinapses – zonas onde as extremidades de neurónios se encontram e um estímulo é enviado de um neurónio para outro através de mediadores químicos, os neurotransmissores.



Embora a Ketamina tenha sido chave para a descoberta destes mecanismos e tenha efeitos no combate à depressão, os investigadores não ponderam por agora usar esta droga como medicamento no tratamento da depressão. Os efeitos alucinogénicos e os problemas que o consumo desta droga provocam pesam contra o seu uso terapeutico.

Os investigadores ponderam procurar outras substâncias, com mecanismos de acção idênticos, mas sem os efeitos da ketamina.


A LER:
Descoberto efeito neuronal do special-k anti-depressivo - PÚBLICO

13 agosto 2010

Uma história do Brasil que se repete, repete, repete… em todo o Mundo



Deixo aqui uma branda desenhada sobre droga, iniciativa do governo brasileiro.
Excelente, principalmente para as crianças:

a - fiel ao que se passa;
b - define muito bem os papéis sociais envolvidos (família - escola – grupos de referência);
c - orienta sobre procedimentos, linguagens e valores (em detrimento de posturas moralistas)

Podem divulgar pelos familiares, amigos, colegas. Nunca se sabe quem pode precisar...

TURMA DA MÓNICA SOBRE DROGAS - DOWNLOAD IN PDF

06 agosto 2010

A cannabis pode causar infertilidade?



Attila Kofalvi, investigador do CNC - Centro de Neurociência de Coimbra e editor do livro "Cannabinoids and the Brain" explica que os receptores de cannabinóides têm alta densidade nos orgãos reprodutores e como tal podem ter efeitos na implantação do feto no utero e na mobilidade do esperma.

01 agosto 2010

O consumo de cannabis pode causar psicoses e esquizofrenia?



Attila Kofalvi, investigador do Centro de Neurociências de Coimbra e autor do livro "Cannabinoids and the Brain", explica que o consumo de cannabis em grandes quantidades, durante a fase de desenvolvimento do cérebro, pode conduzir a danos graves e desencadear psicoses e esquizofrenia.

02 outubro 2009

"smart drugs": quando estudar não chega

Trago-vos um excerto de uma notícia do Jornal i de hoje.

Inteligência, concentração e memória servidas num só comprimido. Chamam-lhes "smart drugs" [drogas inteligentes] e são o último recurso para estudantes desesperados.
Muitos universitários começam a recorrer a medicamentos e estimulantes para conseguirem resistir a verdadeiras maratonas à frente dos livros - que ainda têm de ser conciliadas com outras tarefas académicas: as típicas saídas nocturnas.

Em Inglaterra, o consumo de substâncias que melhoram a performance cerebral está a aumentar. É o caso da medicação indicada para doenças como a Alzheimer ou o défice de atenção. E o fenómeno, alertam os especialistas, não é exclusivo deste país: está a espalhar-se por todo o mundo.

Vale tudo para responder à pressão e melhorar os resultados académicos?

TODA A NOtÍCIA EM JORNAL i
por Rosa Ramos, Publicado em 02 de Outubro de 2009



Resolvi colocar esta notícia no blog porque nunca é demais lembrar que o abuso de drogas de prescrição é abuso de drogas e como tal pode levar à dependência, sem falar de alterações fisiológicas e comportamentais.
Alias, uma das drogas de que se fala nesta notícia é a ritalina, medicamento para o défice de atenção, que é da família das anfetaminas e portanto nem sequer está muito distante daquilo normalmente entendemos por drogas de abuso...



01 outubro 2009

Mecanimo dos Efeitos Negativos das Drogas na Gravidez: diminuição do aporte de Ácido Fólico ao feto

Uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) descobriu um dos mecanismos que explica o impacto negativo que o consumo de álcool, tabaco, anfetaminas (entre as quais o ecstasy) e tetrahidrocanabinol (principal princípio activo da cannabis) consumidos durante a gravidez têm sobre o feto.

Embora sejam bem conhecidos os riscos associados ao consumo destas substâncias durante a gravidez, pouco se sabe relativamente aos processos que desencadeiam as complicações que muitas vezes afectam os filhos de mães que consomem drogas leves, fumam ou consomem bebidas alcoólicas de forma crónica. Agora, a investigação conduzida por Fátima Martel e Elisa Keating, investigadoras do Laboratório de Bioquímica da FMUP, com colaboração do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de S. João, sugere que o uso dessas substâncias por parte da mãe reduz o transporte de ácido fólico para o feto, através da placenta.



As investigadoras utilizaram vários modelos celulares de placenta humana para avaliar o impacto dos compostos atrás mencionados no transporte celular de ácido fólico na placenta. Os resultados evidenciaram que, quando testados cronicamente, o álcool e a nicotina reduzem o transporte desta vitamina em cerca de 25%, o ecstasy é responsável por uma redução de 30% e o tetrahidrocanabinol e a anfetamina por uma redução de 40%. Os resultados sugerem também que parte destes efeitos resulta da inibição da expressão do gene de uma proteína transportadora do ácido fólico.

O ácido fólico é uma vitamina fundamental para o desenvolvimento e o crescimento fetal. E a carência desta vitamina está associada a um aumento do risco de desenvolvimento de defeitos do tubo neural tais como a anencefalia e a espinha bífida.


FONTE: newsletter da UP - http://noticias.up.pt/catalogo_noticias.php?ID=2778

09 setembro 2009

Aula de Neuroanatomia

Porque para perceber os efeitos das drogas no cérebro é preciso conhecer bem a constituição do cérebro humano, aqui fica uma divertida aula de neuroanatomia com o Pinky e o Brain.





:D

21 agosto 2009

Binge Drinking: Alguns Estudos

Nos últimos tempos tem-se ouvido muito este estrangeirismo Binge Drinking.

O Binge Drinking é uma expressão moderna para descrever a ingestão de grandes quantidades de álcool em pouco tempo com a clara intenção de ficar intoxicado.
Este estilo de consumo de álcool vai um pouco para além do " beber socialmente" para ser uma forma intencional de alteração de consciência e por vezes até de auto-medicação.



Este fenómeno está a gerar preocupação, nomeadamente junto da comunidade científica.

O número que será publicado em Novembro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research demonstra esta preocupação através alguns artigos científicos.

Um dos estudos publicados demonstra que o consumo de quantidade excessivas de álcool pode levar a múltiplos danos cerebrais, inclusive o desenvolvimento de problemas emocionais que irão interferir com a capacidade de relacionamento interpessoal.



Neste estudo foram realizadas ressonâncias magnéticas funcionais a ex-alcoólicos em abstinência há um longo período de tempo. Os resultados sugerem uma diminuição da actividade da amígdala e do hipocampo o que poderá significar deficiências emocionais.

No estudo foram usados dois grupos de homens, com o mesmo nível socioeconómico, educação, idade e QI, mas um grupo era de ex-alcoólicos e outro não. Durante a ressonância magnética funcional foram apresentadas palavras e rostos aos participantes e estes tinham que classificá-las. Para cada parâmetro tinham duas opções de classificação.


Os resultados demonstraram que os ex-alcoólicos tinham mais dificuldade em interpretar expressões faciais, assim como códigos verbais, sendo essas dificuldades reflexo dos níveis de actividade da amígdala e do hipocampo. Além disso, os ex-alcoólicos, ao contrário do grupo de controlo, recrutaram o córtex pré-frontal para a interpretação das expressões faciais, de modo a compensar a actividade neuronal das outras áreas do cérebro.


O professor Ksenija Marinkovic da Universidade da California, entrevistado pelo ScienceDaily, explica que o cérebro, como a maioria dos nossos órgãos, é vulnerável aos danos infligidos pelo consumo excessivo de álcool e que os défices mais comuns incluem problemas de memória, redução da capacidade de raciocínio e de resolução de problemas, assim como alterações emocionais.

Os danos do álcool no cérebro nem sempre são muito visíveis, diz Marinkovic. Dificuldades de comunicação verbal e não verbal podem passar mais ou menos desapercebidas, mas a incapacidade de interpretar correctamente mensagens pode ter fortes repercussões na vida do indivíduo.

FONTE: http://www.sciencedaily.com/releases/2009/08/090811161257.htm

Outro dos estudos da Alcoholism: Clinical & Experimental Research a sair em Novembro é de um grupo de cientistas espanhóis da Universidade de Santiago de Compostela. No estudo foram analisados 95 alunos do 1º ano da universidade, 45 Binge Drinkers e 53 como grupo de controlo. Para o estudo foi analizada a resposta cerebral electrofisiológica a estímulos internos e externos
durante a execução de tarefas envolvendo a memória visual.



Alberto Crego, autor principal do estudo, explicou, segundo o ScienceDaily, que os jovens que entraram no Binge Drinking conseguiram efectuar as tarefas correctamente mas com muito mais dificuldade, demonstrando menos eficiência na distribuição da atenção e no uso dos recursos da memória visual.
O investigador afirma que os resultados deste trabalho indicam que jovens com comportamentos de Binge Drinking podem ter problemas de atenção e memória a curto prazo.


FONTE: http://www.sciencedaily.com/releases/2009/08/090811161259.htm

Nano particulas detectam abuso de droga

Um grupo de cientistas espanhóis criou nanopartículas revestidas de anticorpos que detectam compostos biológicos indicativos de abuso de drogas.

Quando uma droga é consumida ela é alterada pelo nosso organismo, principalmente pelo fígado. A esse processo chama-se de metabolização. Quando o organismo metaboliza uma substância esta dá origem a uma série de outras substâncias, os metabólitos.

Para detectar a presença de cocaína , Ramón Alvarez-Puebla, em conjunto com outros investigadores da Universidade de Vigo, usou anticorpos específicos de um dos principais metabolitos da cocaína, benzoylecgonine. Os anticorpos encontram-se no sangue e atacam substâncias estranhas ao organismo.


Os cientistas fixaram estes anticorpos à superficie de um nanotubo de carbono suportado por nanoparticulas de prata ( 1 nanometro = 10-9 metros = 0,000 000 001 metros). Depois adicionaram uma solução de benzoylecgonine que se ligou aos anticorpos e modificou a sua estrutura.
A equipa demonstrou que a análise desta estrutura com SERS ( Surface enhanced Raman spectroscopy ) podia determinar não só a presença do metabólito como a sua concentração.


Surface enhanced Raman spectroscopy é uma técnica de análise se superfícies com ampliação até 10-14 , 10-15 , o que faz com que esta técnica permita detectar uma única molecula numa dada superfície.
Este método pode ser usado em fluídos como saliva ou urina para detectar o consumo de cocaína, mas também pata determinar a quantidade consumida. Poderá ainda ser usada para detectar doenças relacionadas com algumas biomoléculas.

FONTE: http://www.rsc.org/publishing/journals/NR/article.asp?doi=b9nr00059c